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terça-feira, agosto 15, 2006

Identidade



Tirávamos do armário o nosso melhor vestido, usávamos o eyeliner bem carregado com rímel q.b., não se desse o caso de sermos disparadas a fotografias a preto e branco.
Tínhamos orgulho quando nos diziam parecidas e tantas vezes fomos filhas dos mesmos pais...As noites desenhavam-se para além das horas, porque as repetíamos uma à outra, antes de dormir, para que o sono não fosse atribulado e o acordar, uma confusão de sensações de ansiedade e disfunções cardíacas.
Saíamos, muitas vezes, a distância suficiente para fumar o cigarro do consolo e da paz, imaginando o que seria dali para a frente, esquecendo as vicissitudes dos lados oblíquos das pessoas que tremiam o nosso bom senso.
A minha identidade parte, também, do que sou na amizade e nós...sempre fomos e seremos um B.I. vitalício.
As nossas vidas misturavam-se e, sem pisar fronteiras, conhecias muitas vezes o sentido das minhas palavras...que eu própria investigava.
Segurávamo-nos sem hesitar ao vivo e a cores ou quando o telefone era a única via de dizermos as palavras certas aos ouvidos famintos.
Mais de 10 anos...continuamos a pôr em curso o dicionário da dedicação que ainda percorremos juntas. Porque, quando os dias de alma vaga me encontram, ainda és tu que me acalmas com o teu Deixa lá, Tita...e que sabes que vou ser feliz. No final, sou feliz. E tu continuas por cá, pois és um pouco do meu perfume misturado com o teu de memórias guardadas.