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sábado, fevereiro 18, 2006

A Loucura de Mário de Sá-Carneiro e a insónia numa noite de Verão

Este livro, meus caros, lido após umas quantas vodkas com um "cheirinho" a Xanax, numa noite quente de um quarto de hotel bafiento, pode, sinceramente, provocar graves conclusões cerebrais. Tenderá, inclusivé, causar efeitos colaterais na visão e tacto da realidade, tal como ela não é!

Um amor. Ciúme. Possessão. Distância. Um crime. Uma prova?! (Não, não estou a tentar a escrever uma letra para o novo albúm do Pedro Abrunhosa!!!)...E no fim...um paradoxo. Um enorme labirinto para quem já vai na sexagésima página (o livro tem 85 páginas) e já não sabe de que mundo é!


Fecho o livro. Durmo pouco, mas acordo sem dificuldade para um mergulho e um novo quarto de hotel (desta vez, sem estar colado à cozinha de serviço e em frente ao exaustor principal do edifício)...em terras de nuestros hermanos...

E é quando sinto a água tépida e salgada no rosto, pela primeira vez no Verão, que algo se define muito bem. O Mário - é como se tratam os grandes escritores, hoje em dia, para dar aquele toque de proximidade que fica sempre bem num texto como este! - tinha razão em certo ponto (apesar de ser absolutamente contra a insanidade que aquele pobre personagem demonstra ao longo do seu caminho): a paixão existe quando o menos belo é perfeição à nossa retina.

Quanto ao amor...esse não se explica e nem sempre se exprime com as palavras correctas. Sente-se e é o único fenómeno terrestre (e isto, porque ainda não tive o prazer de contactar com aquela comunidade verde que vem de Marte) que dá sentido à vida. Até de olhos fechados.