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sexta-feira, agosto 25, 2006

No Parapeito das Perspectivas

Debruço-me sobre o parapeito das perspectivas e deixo que a respiração se contraia e que a falta de oxigénio provoque uma névoa deliciosa de desorientação momentânea...o ar morno da tarde levita e transforma-se em rasgos hedonistas de sons mudos. O chão foge-me, as pernas traem-me, encarno o ouro líquido sobre o lugar dos deuses esquecidos que sustentam preces sussurradas.
Levanto-me...transparente sobre mim. Mãos macias que me enrolam o cabelo caído. A voz que não se assusta com a minha presença e eu não recuo. Almejo a alvorada e o canto indelével que me sopra nos ouvidos a névoa deliciosa do meu norte.
Mãos maternais da musa que me atenta. Cumplicidade que me vai exaltando por aí.
E eu não recuo ao parapeito das perspectivas.