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sexta-feira, maio 12, 2006

Avalon

Uma Atlântida estilizada, porque se escondeu por aí...Mais do que um local, um conceito cheio de riqueza de espírito e que levanta o lençol empoeirado dos tempos de grandes valores para homens e mulheres. Sim, elas! Não vou ao extremo de uma Marion Zimmer Bradley perdida nas suas brumas e no extremo das suas ideias - no que toca ao papel da mulher num mundo onde a própria religião parecia só existir para eles. Mas, aceito que haverá um paralelismo entre conquistas guerreiras masculinas (celebradas posteriormente em almanaques e livros vaidosos) e conquistas femininas não perceptíveis a olho nu: ambos conquistaram e conquistam territórios diferentes e a seu tempo.

Muito tempo passou desde que as pedras se arremessaram ou as fogueiras se acenderam para calar a voz a muitas que se rebelaram com as suas ideias infames e pensamentos tortuosos, desviando o homem da sua santidade natural.
Foram precisos séculos de controvérsia em volta de uma Madalena pecadora ou de um Judas supostamente traidor (na iminência perigosa actual de se tornar um verdadeiro herói na história de Jesus de Nazaré) para perceber (ou pelo menos, desconfiar) que, se um pecado nunca vem só, também, quem o comete não o faz sozinho. Há sempre uma mão invisível (Adam Smith tinha a sua razão) que nos empurra para o desconhecido. E tudo o que é desconhecido, é, obviamente, sinónimo de obscurecido e de desconfiável...reunindo, portanto, as condições necessárias para ser banido pelas religiões mais certas e saudáveis!

O decurso da própria História, o desenvolvimento (feliz!) da mentalidade de homens e mulheres, as consequências de actos incontáveis de coragem definiram o poder de uma forma mais abrangente. A opinião feminina começou a ser importante para ouvidos outrora fechados.
Curiosamente, no âmbito da religião, esses ouvidos parecem continuar fechados...E essa indisponibilidade infiltra-se nas chefias do mundo social e económico.
Há casos merecedores de estudo mais aprofundado, que contradizem o sentido que a dignidade humana deverá conter. Casos como aqueles que descriminam a maternidade em troca de segurança laboral e elevadas contrapartidas, como se representasse por si o só pior dos entraves ao poder...
Ainda não passei pelo advento da maternidade. Mas não me parece que haja melhor expressão e manifestação de poder!E este poder, sim, deve ser celebrado sempre e com a importância devida.

Sou por Avalon.