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domingo, fevereiro 19, 2006

Dois meses depois...

23 de Dezembro de 2005

A dois dias do Natal...
Chego a pensar que o melhor seria deixar correr o lápis neste espaço em branco, pois enfastio-me com escritos premeditados, pensados, que depois, me desconsolam.
"Ainda escreves?". Foi o risco. É o risco de se, uma vez ou outra, ter tentado escrever algo engraçado (sem auto-avaliações!), que até me faz pensar que posso ter jeito para a coisa. Uma palavra mais rebuscada, um devaneio mais original...se bem que quem escreve "de jeito" agora, é quem consegue "simplificar". Ou seja, descortinar a nossa missão em terra com palavras populares, frases curtas e imensos pontos finais (eu própria por vezes embarco nessa façanha...).
Ou seja, um estilo Herberto Hélder, próximo do argumento letrista dos GNR. Enfim...para quê gastar a precisosa função do relógio - simples passar do tempo - com subterfúgios linguísticos absurdos e extremamente entediantes, como estes?!
De qualquer forma, sempre gostei de disparatar nas folhas de papel quando em segundos centenas de ideias e perspectivas se acumulam desordenadamente na minha cabeça.

"Tu pensas demais!" Por vezes, tenho a certeza disso. Concordo, aliás, que alguma abstracção e acção menos sentimental (sem ferir feitios menos emocionais) me levariam a outros descansos. A vários níveis: despreocupação quotidiana, sonhos menos cansativos e, mesmo ao nível físico, com sorrisos mais rasgados e ainda mais frequentes.

Apesar de começar por referir o Natal, não quererá dizer propriamente que o evento tenha a ver com esta "dissertação" digna de alguém que, hoje, sem negligenciar deveres e prazeres, lhe apeteceu dar asas às orações (não as litúrgicas, mas as gramaticais)...
Quando em adolescente escrevia, idealizava um mundo intelectual muito próprio e não imaginava que seria agora esta mulher responsável, que não ganha a vida com livros, mas que se sente minimamente útil e satisfeita no mundo do trabalho em que existe... e ganha o seu (como é justo).

Desviei-me novamente...o Natal. O que haverá por dizer? Se tanto já é dito por todos e em todos os lados...Deixá-los então divagar sem a minha companhia nesse tema...