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sábado, março 04, 2006

Asas de Desejo

A sociedade não é livre coisa nenhuma! E as pessoas que a preenchem, muito menos!
Porque, se assim fosse, além de livre naquilo que desejo, teria as asas para o concretizar.
Sou livre para pensar, não discordo, mas haverá tempo ?! E de que me serve desejar - se possível em simultâneo - momentos, sensações, luzes, sabores, visões, sons e lugares se não me restam mais do 3 ou 4 horas após o quotidiano profissional (se possível bem disfrutado)? Valha-me a Senhora do Lago, que até gosto muito do que faço e...mesmo assim, evidentemente que não me basta!

Pois, existe luz ao fundo do túnel e nem é ao fundo do túnel, é já ao virar da esquina. O segredo estará, segundo vários especialistas, em dar asas a essas escassas horas, transformando-as e retirando-lhes o peso da ampulheta (mecanismo que agora não interessa nada, o que vale é arriscar a deixa e esperar que a metáfora funcione).

Admito que o cansaço me condicione alguns pontos de vista mais sensatos, nomeadamente, aqueles que defendem os bandos (mais suave!) ou os rebanhos (mais Brokeback Mountain) em que nos tornamos para facilitar e dinamizar a vida em sociedade.

Mas, hoje sinto uma náusea. Tenho vontade de ser o tsunami (sempre quis usar o termo, sem malícia, desculpem-me) no meio de tantas mentes adormecidas.
E o tsunami leva-me a um destino já visitado: o mar. Por isso, esplanada na praia luminosa com aqueles cogumelos a gás (não são alucinogéneos, não) é hipótese a ponderar.
Nem que fosse só pela sensação de ver a cidade no marasmo da tarde. Nem que fosse para escrever palavras como as seguintes, por exemplo, que me saem dos dedos sem pedir licença: Estou farta do frio e da electricidade estática que - literalmente - me põe os cabelos em pé. Também não quero chuva em exagero que pode provocar caruncho na alma...