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sexta-feira, março 17, 2006

Sono Azul

Seriam umas 4h da madrugada (mas o passarinho não cantou!) e faltariam cerca de 3h para o despertador tocar (ainda não tinha inventado a táctica de acordar 2h mais cedo para dormir outras 2, antes da verdadeira, em que me faria à vida - ou ela a mim!).
Não fosse o facto de ter um importantíssimo teste de inglês do 11º ano às 8h20, não me preocuparia em ser, nesse dia, a protagonista dos Jardins Proibidos (quem não se lembra?!) - sem ofensas, porque acho que a jovem da tv, na actualidade, consegue ter expressões faciais mais acentuadas.

Ou seja, estar mais ou menos atenta, escrever mais ou menos, bocejar mais ou muito mais...não seria grave naquela manhã.

Decidi - e que decisão racional - assaltar a farmácia sonífera lá de casa, em busca da ametista perdida. Sim, porque o comprimido que eu queria era azul! Mas o que eu encontrei e tomei por engano, que era outro menos suave, também era azul!!! E além disso, Dormonoct e Dormicum são nomes muito parecidos, não brinquem comigo! Agora, se o segundo é utilizado como pré-anestésico cirúrgico em pacientes já deitados...isso...é outra história. Bem, se é verdade, então aquele não funcionou segundo o folheto informativo.

O que é certo é que acordei fresca - que nem o sincelo da Beira-Alta - e pronta para o meu exame, começado e terminado a horas.

A meio da manhã e no café do costume, debrucei-me sobre o chão para levantar um papel caído. E continuei lá!
Valha-me a prima que me levou para um táxi em braços e, já em casa, provoquei aquela preocupação de quem deixa cair a cabecinha para o lado e que fez com que a minha mãe ligasse à tia neurologista pois a miúda parecia ter qualquer problema do tipo.
Balbuciei algo sobre um comprimido para dormir e a minha mãe respirou de alívio.

O que eu queria era dormir, senhores!

E dormi...muito. 30 horas seguidas, com efeito amnésico e tudo, não me lembro muito bem...
Que inconsciência, eu sei que poderia ter sido bem pior do que bater com a testa no azulejo da pastelaria.
Mas não vou concluir com lição de moral ou conselho sensato, porque nunca um teste de inglês me tinha corrido tão bem!
That's a fact...