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segunda-feira, novembro 20, 2006

Vocação












Aos 14 anos, somos submetidos a testes psicotécnicos (muito fidedignos pois) que determinam a nossa vocação. A onda colectiva de resignação anui à ordem de números, de cores, de formas geométricas...dos ditos testes.
E a nossa vocação vai-se adaptando à falta de vagas lá fora no mercado e à insistência em permanecer com os mesmos amigos (por mais 3 longos anos, pelo menos).
As horas de literatura, as peças (muito) improvisadas de teatro, o ballet, a música, as aulas de fotografia em Canon do pai na Foz, o costume familiar da medicina não são esquecidos, mas ficam fora da esfera de escolha, porque o colégio não tem área de Artes e porque os famosos resultados [de uma sequência de quadrados com pintas ou da orientação de uma roldana em papel] definem que a minha vocação se adequa a uma área de ciência sociais...como a Economia.

E assim é. Faz-se Economia. O curso até preenche as expectativas e aprender da ciência é gratificante (até nos dilemas teoria versus educação).
Fora da Escola, o cenário é bem diferente.
O que se segue? Continuo dividida entre as letras, a política (económica), os números que o cérebro digere e a arte que os olhos admiram.
Se a vocação nasce, também se cria. Crio a minha todos os dias e todos os dias se desenha emocionante à minha frente, bem distante da luz fria dos gabinetes da paralisia profissional.


[Só desejo que a espera não seja tão demorada como um ciclo de Kondratieff.]