S.João da Bola

E eis que o país acorda após longos meses de crise!
Viva o futebol! Graças ao seu contributo para a diminuição do desemprego. Emprega-se euforia, solidariedade nacional e dinheiro em viagens para a Alemanha...pelos vistos a bola faz dos bolsos mealheiros temporários e as dívidas e dúvidas esquecem-se.
Aliás, a tendência é generalizada, pelo menos aqui na Europa. Não admira que o BCE esteja preocupado com a inflação. O entusiasmo está em alta, os nervos também, da venda de arquétipos nacionais nem se fala, o galo de Barcelos canta outra vez e impaciência está nos seus níveis mais elevados.
E venham as alegrias, pelo menos durante Junho, o mês do solstício de Verão, do S.João, das sardinhas assadas, do primeiro sabor a férias e dos cremes after sun.
E se for esse o caso, lá estarei na Baixa para celebrar a vitória de Portugal. Um treino de voz para outras vitórias, quem sabe.

Há dias assim...

Há dias em que a chuva de Junho, o cabelo molhado, o telemóvel perdido na carteira, a nevrite escondida, os sapatos altos, as frases feitas que toda a gente diz, os tecidos rugosos, os spots publicitários sobre cremes miraculosos que retiram num só dia o que o tempo marcou na face a vida inteira, os comentários idiotas dos comentadores não menos idiotas (ditos oficiais) dos canais televisivos, a palavra crise e o bloqueio na escrita provocam realmente a paciência mais genuína e... o pior... é quando essa paciência é a minha.
O que vale é que um dia não são dias. E por vezes há frases feitas que, em dias assim, valem ouro.