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terça-feira, julho 18, 2006

Movimento I









Os actos mais verdadeiros sucedem-se como passos de dança encadeados, em coreografias experimentais, muitas vezes esventrados de sequência lógica.
Sendo uma invenção do Homem e para lhe servir, a cronologia parece não importar quando está em causa o fundamento do ser. Ser...em movimento. E mesmo em movimento constante de adaptabilidade ao mundo informe, o ser tem uma tonalidade própria e imutável.
A forma de existir, pautada por valores duvidosos e efémeros, é que tende a variar consoante a humanidade assim o define...a seu tempo...e para além do movimento sensato das luas. Existimos tristes, felizes, optimistas, menos optimistas, responsáveis, descontrolados, atentos, desligados, cristãos ou não, velhos ou novos, mais ou menos protestantes, pacientes como Sidharta, intempestivos, ateus, com mais ou menos fé, corremos pela esquerda das ruas com o coração e vislumbramos a razão do outro lado sem sabermos que a meta se atinge quando as linhas se cruzam...

Mas ser-se é agir sem pensar na plateia que nos assiste. Não é visível, assim como não o é a inspiração que uma obra artística exige. Mesmo sob transparência, ser-se assim é a única forma de existência leal. É a única coreografia harmoniosa que os (meus) sentidos experimentam.