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quinta-feira, março 29, 2007

Cantiga de Amor à Moda da Aldeia










Hei-de ir ao cimo do monte e sentar-me na pedra com nariz de velha que está lá. E pensar muito, até ficar vazia como a ribeira que já não dá sinal de água.
Hei-de amaciar a pele no lamaçal do passado afogado e pisar todos os meus medos e movimentos irregulares de respiração que fazem das minhas noites um filme lynchiano, mas sem a parte do anão atrás da cortina de veludo.
Hás-de vir de mansinho bater-me à janela, porque as portas rangem e para isso já bastam os dentes dos lobos à noite.
Porque toda a tristeza passa, mesmo aquela que não tem fim.
E enquanto aquecer os meus pés nos teus e cantar baixinho até adormecer, a gente governa-se.